terça-feira, dezembro 16, 2008

obsessivo esplendor: acordar ao teu lado

uma
chama clandestina
como mera invenção do fumo de um coração dolorosamente exterminado. uma
invenção transpirada
entre a estrangulada desarrumação dos recessos da memória e
o suspiro
manobrado pelos dedos que escrevem esta trabalhada melancolia. uma
chama clandestina
soprada por uma boca cheia de todas as coisas que fazem a terra cair
num abismo de sangue seiva nervos esperma carne unhas língua.
uma
chama clandestina
como morte avisada: a solidão.

5 comentários:

Anónimo disse...

Ás vezes parece que me perco no que escreves. A meio do poema preciso quase sempre voltar atrás e reler. Mas no fim chego sempre à mesma conclusão: faz(es) pleno sentido. Tudo o que escreves. Cada verbo, cada palavra, cada imagem, cada metáfora. Gosto que a desordem que crias no interior de cada poema seja quase sempre contrariada com a simplicidade da frase final. Como se no fim de contas apenas quisesses ser entendido. Amado talvez... :-D

A.S. disse...

:-)

ana salomé disse...

muito boa esta série de poemas de hoje.

tens uma escrita que me faz muito sentido.

Anónimo disse...

Com ja te disse... tens ca um dom... muitas vezes vejo-me no que escreves...

A.S. disse...

obrigado, às duas!