Acordado em sobressalto, é nas margens dos retratos que vejo derramar as cores da manhã sobre o teu rosto. Num estalo do coração peço para que o céu se abra na tua alma como sonho preso nas minhas mãos. Só tu e eu ouvimos o segredo do interior da cor do mundo que se fez luz. Ficamos assim parados a fazer a terra rodar e a ler a misteriosa linguagem dos astros apagando com os dedos as pequenas derrotas do amor: o clamor surdo dos ossos fissurados no infinito halo das águas. E é neste fundo sobejo de desejos adiados que se revelam as cidades incendiadas e se esquecem os corpos flutuantes inundados pela incandescente imagem da solidão. Sono que nasce profundo no sémen abandonado; fulgor ávido de eternidade; poema insone enlameado na escuridão dos caminhos.
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4 comentários:
bendito regresso!
gostei do blog :)
Houve um acordar. =)
:-)
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