terça-feira, junho 26, 2007

"Haverá um acordar"*

O amor seria sempre um acto delicado, subtil, penetrante, hábil onde eu seria o mais deslumbrado olhar como a fluidez do sangue percorrido em veias de cinza nas regiões mais distantes e o sexo mais intenso, animal, explorador à medida que rodeássemos a inicial delicadeza extrema das palmas trémulas de exacerbação derradeira até ao compasso das cansadas e vagarosas ancas ser puro e límpido frémito na pequena consistência de uma pedra em forma da gota onde brilha em ardente inclinação o lume de toda a origem.


*Mário Cesariny, Pena Capital

2 comentários:

Anónimo disse...

gosto muito do modo como descreves o sémen. nunca tinha pensado nisso assim.


ester

A.S. disse...

sémen é o símbolo da origem. uma metáfora da origem. neste contexto, claro.