ou a pressa de chegar a casa!
Vim para casa no comboio que sai do Porto às 18h15. Como vivo num corpo que não acompanha a mente, vim a viagem toda a sonhar. Sonhar é o melhor modo que os preguiçosos encontraram para conseguir pensar sem se cansarem. Cheguei a Braga às 19h17. O comboio atrasou-se. Os comboios são assim. Ficam sempre a namorar uns com os outros na estação da Trofa. Como é meu hábito, sento-me quase sempre nas carruagens de trás. A probabilidade de encontrar alguém conhecido é menor e posso fazer a viagem descansadinho, sem conversas da treta. Bom, fui das últimas pessoas a sair. Acordei já o comboio tinha aberto as portas e da manada já só via as sombras e algum fumo que sai daqueles pedaços de papel que enrolam alcatrão. Atrás de mim, só ficou um casal aos beijos e uma senhora mais vagarosa do que o próprio vagar. O tempo tem outro charme quando se anda devagar. Até aqui, tudo normal. Tendo em conta que estamos numa estação de comboios. Porém, qual não é o meu espanto quando vejo uma senhora cega, completamente desorientada. Ainda esfreguei os olhos para ver se realmente era possível que depois de passarem mais de 200 pessoas não tivesse havido uma única que a ajudasse. Prontifiquei-me. Ao regressar à estação, para me arrastar até ao carro que me ajuda a chegar a casa, lembrei-me de palavras do MEC que diziam mais ou menos isto: "Mais vale viver mal do que morrer bem arrumado". E já não me sentia tão bem há algum tempo...
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