Não gosto de linguistas. É algo primário e visceral. Como não gosto de... sardinhas. Mas ainda gosto menos de linguistas. As sardinhas conseguem cheirar melhor. E são mais interessantes, mesmo não conseguindo fazer mais do que abrir e fechar a boca e olhos. Fazem bolhinhas. Pelo menos as do Nemo faziam.
Os linguistas também fazem bolhinhas. Aliás, foram eles que inventaram as bolhinhas. Chamam-lhes manifestações efervescentes. Prefiro bolhinhas. Foi assim que a minha mãe me ensinou. A minha mãe não é linguista. Os linguistas não falam. Estabelecem contactos verbais. A boca tem pouco uso. Primeiramente, serve para que o nariz não lhes caia. E como os linguistas gostam do seu próprio nariz... Depois, serve para que os linguistas escondam os dentes. A minha avó sempre disse que dizer mentiras e palavras feias fazia com que os dentes ficassem pretos e caissem. A minha avó também não é linguista. Mas tem a quarta classe. E gosta de sardinhas.
Os linguistas observam tudo de longe. No silêncio. As sardinhas também. Os linguistas não andam sozinhos. As sardinhas também não. Os linguistas não choram. Têm tímidas mágoas. Não riem. Descuidam a postura momentaneamente.
Os linguistas formulam e apresentam propostas. As propostas resultam das bolinhas. As mesmas que as sardinhas conseguem fazer... Como o mundo é pequeno!
P.S.- Retirada do melhor blogue português uma importante petição. Obrigado.
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