fui a vários casamentos. no norte isso ainda pesa. creio. para o ano tenho mais uns quantos. casamentos em quintas compostas por alarve abundância. aproveitam-se a alegria dos amigos, os croquetes e algumas palavras. "o verdadeiro estará sempre oculto" disse um SJ que ministrou um dos casamentos. recordarem-me heidegger deste modo fez-me sentir um pecador indigno daquele momento. é que a vontade de estar por ali é sempre muito pouca. "comi" da míngua senso-estético-decorativa cozinha de josé avillez. para quem não andasse já avisado, fica a dica: nunca confiar numa distinção culinária com nome de pneumático. num outro, mafalda arnauth visitou (ainda que virtualmente) os já lacrimosos olhos da embebecida noiva. descobri os encantos (€) das gravatas da zara. passei a ter 4. conclusão: os casórios podem também muito bem ser um atestado definitivo da desenvoltura social de quem o organiza. felizmente, não houve helicópteros voyeuristas. por outro lado, as missas são sempre um fenómeno sociológico de assinalável simpatia. curiosamente, assisti a uma que por pouco não me levou a querer garantir um lugar nos céus. os cultos, tradicionalmente, são civilizados e silenciosos. um houve onde se juntaram pessoas apoderadas de um ânimo quase digno da excitação clubística, que literalmente empurrou os braços dos presentes para o alto, a língua para um aleluia gritado sobretudo nas consoantes. não existiu o habitual comedimento católico. posso também ser eu que ando enganado. e talvez agora as missas sejam lugar de quase-festa. ou comunhão pouco refreada. continuo a achar que aquela foi excepção. inflamável. mas sossegada. dá para entender? nesse mesmo casamento, apanhei um senhor que teimava em acompanhar-me nas danças. cada qual na sua íntegra heterossexualidade. obviamente. num dos intervalos para o discurso do pai da noiva, diz-me certo da minha atenção: "estes nunca terão vidas decentes, pois estão obcecados em ser felizes". eu, mais preocupado em saudar a fruição de sentimentos como a amizade, só mais tarde percebi que aquele era o pai do noivo. o verdadeiro estará sempre oculto. havia dito o padre. uber alles!
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