quarta-feira, outubro 21, 2009

havia crianças a correr na areia
e simulacros de noites esparsas sobre os momentos pendurados
num silêncio que se torna maior. na
cidade acendem-se as luzes
escutam-se as memórias que falam baixinho e
fingem-se as janelas abertas que agitam o amor. em
redor: tudo. excepto nós. invernos que chegam como tempos esquecidos
fugas em suicídios súbitos
dalguma eternidade recomeçada a partir da boca. sombras moles
que se parecem muito pouco connosco
adivinhadas longe daqui a extinguirem-se em ossos secos. e há vento
a cobrir os teus cabelos. esse outro inverno. frio veneno
gume a cortar a água ruído dócil a vestir-se de terra. abrigo-me
debaixo do teu braço, vestido rasgado e carne oculta
ergue em astros a forma de enterrar tudo no
lugar onde se guardam os objectos intactos. junto ao coração.
dentro da mão.

3 comentários:

.l disse...

Welcome back!
voltaste à tal escrita que me cativa!!!!

A.S. disse...

:-)

Tindergirl disse...

Gostei muito! Obrigada por este grande momento :)