inútil
a voz
sossegada no ar; útil
um
coração supurado
que separa dos lábios
as palavras pequenas
do medo.
essa distância cicatrizada
da impossibilidade : livre
como dantes. livre.
revoluções inventadas
e tu. dobras de roupa e
outras metáforas. sossego e rio
na eternidade fabulada
das interrogações.
mortos que vivem na sombra
do seu silêncio. vivos-mortos
que se dizem sombra ocupada
em sexo entornado de rugas de amor.
esticas as veias projectas para longe
a ilusão de mergulhar devagar
sobre um céu pousado na parede
do aqui e do agora. essa distância
confortável. o ombro de um velho amigo.
bêbedo imaginário de peito cortado
sem dar conta. tardes lentas paralelas ao mar
e pescadores quase perdidos a comerem o ar.
vento que nos golpeia e derrota. dedos frios
feridas ardidas sem o teu perfume. como se rasga
sem morrer o coração. como se ouve sem morrer
a mais lenta asa do mais vazio dos anjos?
o rumor da tua boca a abraçar em súplica os meus dedos
como se espreitasses sobre o muro onde repousam todas
as pequenas dúvidas. água parada, braços invisíveis
búzios calados, ossos furados, corpo esmagado
por dentro.
a voz
sossegada no ar; útil
um
coração supurado
que separa dos lábios
as palavras pequenas
do medo.
essa distância cicatrizada
da impossibilidade : livre
como dantes. livre.
revoluções inventadas
e tu. dobras de roupa e
outras metáforas. sossego e rio
na eternidade fabulada
das interrogações.
mortos que vivem na sombra
do seu silêncio. vivos-mortos
que se dizem sombra ocupada
em sexo entornado de rugas de amor.
esticas as veias projectas para longe
a ilusão de mergulhar devagar
sobre um céu pousado na parede
do aqui e do agora. essa distância
confortável. o ombro de um velho amigo.
bêbedo imaginário de peito cortado
sem dar conta. tardes lentas paralelas ao mar
e pescadores quase perdidos a comerem o ar.
vento que nos golpeia e derrota. dedos frios
feridas ardidas sem o teu perfume. como se rasga
sem morrer o coração. como se ouve sem morrer
a mais lenta asa do mais vazio dos anjos?
o rumor da tua boca a abraçar em súplica os meus dedos
como se espreitasses sobre o muro onde repousam todas
as pequenas dúvidas. água parada, braços invisíveis
búzios calados, ossos furados, corpo esmagado
por dentro.
1 comentário:
a distância confortável não é a do ombro amigo, mas a do outro lado do muro...
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