domingo, abril 19, 2009

no ar

a rasar tão exactamente os olhos diante de mim
no escuro menos aéreo do restrito suor
simplesmente invento que te conheço na minhas próprias mãos. e
na
divisão dos dias as estrelas cortam as arestas do silêncio
como corpos cépticos embrulhados em razões inúteis
como deus estremecido em sulcos de lágrimas
a saber a vulgar aventura de uma qualquer despedida. e
o que nos apaga as sombras? nuvem lavrada em águas esquecidas,
som interpretado em gestos lentos para enganar o tempo longe de ti, comoção
dos limites, angústia de saber o lugar que não me coube.

1 comentário:

ana salomé disse...

lindíssimo.

abraço*