quinta-feira, abril 30, 2009

diário

um dia

na dilacerante certeza de quem rouba segredos à morte
também nós nos sentaremos

sozinhos

juntos um do outro com o cair da noite
e direi aqui posso morrer de cansaço.

lerás os meus cadernos

abraçarás as minhas mãos sem vigor
como se todos os gestos dependessem da procura de sinais

espantarás as enormes árvores

e sob a sombra do próprio sol
serei uma criança no teu colo.

aí, fascinaremos o som supremo da vida
com a voz a competir com o silêncio de ser a própria voz.

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