terça-feira, janeiro 13, 2009

caminha para dentro, para a paz possível

se te dissesse
que a morte não existe
e que o mar está perto
sereno dormente em espumas de saudade antiga
como carícia pousada sob os teus dedos no meu cabelo talvez
aí entrasses neste poema
e visses que é tudo o que tenho
casa sonhada pedra aérea corpo alado
que se derrama nas ondas
leves dos teus lábios. se te dissesse a explicação do labirinto
no excessivo oxidar dos ossos
dir-me-ias o som das palavras que nunca ouvi? guardavas-me no teu útero
junto ao coração em redor dos lugares que fazem tudo nascer? se te dissesse que só
escrevo por mim. se te dissesse que só escrevo
para ti
e que quando fecho a mão é só para te guardar
na carne nas veias no sangue
no interior íntimo e mais interno de mim
onde escavei um lugar
uma saída onde
dobro os pensamentos de quando não encontro as mãos que quero para me agarrarem as mãos;
- onde
invisível quase sempre trabalho a arte de saber pescar nas margens da solidão pequenos sentidos para o corpo;
saberias tu o movimento exacto de com as tuas próprias mãos limpar o meu rosto cercado de noite e devolver-me à nula distância de te poder amar?

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