quarta-feira, dezembro 10, 2008

delta

estala o meu corpo
quando não te toca.
e na mais completa subversão do mundo
esgota-se o sangue que estendo para lá
de todas as esperas. são anjos cansados a arderem
numa fogueira de criação carnal são espelhos
de medo destruído são paixões dilaceradas em neves amarelas. é a poeira.
a contornar as esquinas insípidas do mundo é o asfalto
a pulsar em sulcos de arrepios são as pernas a tremerem
como escombros de uma luta antiga.
estala o meu corpo
quando não te toca.
e lembro-me de como estou só
a desenhar-te na minha imaginação a tocar-te
no medo permanente da tua ausência. sem te ver
mesmo com estes olhos cheios de paisagens.
estala o meu corpo
quando não te toca.
tu que és o lado escondido
-reflexo-
do meu coração de papel.

4 comentários:

Giovanni Giorgetti disse...

Que fantástica diversidade de cores está aqui presente.

Obrigado por este momento, por este poema que pude ler e identificar-me, profundamente.

Com os melhores cumprimentos,
bom fim de semana

A.S. disse...

um abraço também para ti.

Stella Nijinsky disse...

Ora bolas deixei aqui um comentário mas deu erro e diz q foi duplicado com este serão três.

Bom, eu dizia...

Olá A.S.

Gostei, principalmente do tom afirmativo do É!

Bjs e bom fim-de-semana!

Stella

A.S. disse...

stella, tem sido habitual esse tipo de erros. não és a primeira que se queixa. mesmo eu tenho tido alguma dificuldade em criar novos postes. não sei o que se passa.