O céu move-se agitado na aveludada polpa da minha alucinação,
são nervosas
linhas de areia a povarem como cabelos emaranhados em cabelos
a luz que rasga por entre os espaços incabados.
Através do frio que cobre de penumbra a noite
sinto que estou no meu corpo, toco-me na lentidão
de uns dedos que surgem como flor agreste a sangrar
os lábios humedecidos. A dor. Coisa viva loucamente incendiada
percorre-me sulco a sulco perfurando a memória
dos anos em que me alimentava do interior dos corpos. No medo
qualquer som é um ruído assustador,
o crepitar da madeira,
o despertar dos pássaros,
o desflorar dos jardins,
o teu inquieto arfar de prazer no meu ouvido.
Neste corpo oco cedo ao precário peso da noite
rogando para que nos possamos sentar novamente na fogueira
extenuada do sexo como quando nos tocávamos
são nervosas
linhas de areia a povarem como cabelos emaranhados em cabelos
a luz que rasga por entre os espaços incabados.
Através do frio que cobre de penumbra a noite
sinto que estou no meu corpo, toco-me na lentidão
de uns dedos que surgem como flor agreste a sangrar
os lábios humedecidos. A dor. Coisa viva loucamente incendiada
percorre-me sulco a sulco perfurando a memória
dos anos em que me alimentava do interior dos corpos. No medo
qualquer som é um ruído assustador,
o crepitar da madeira,
o despertar dos pássaros,
o desflorar dos jardins,
o teu inquieto arfar de prazer no meu ouvido.
Neste corpo oco cedo ao precário peso da noite
rogando para que nos possamos sentar novamente na fogueira
extenuada do sexo como quando nos tocávamos
desfeitos como orvalho nas pedras que perfuram as paisagens nocturnas.
És imensa de tudo na subtil loucura de povoar de silêncio os sonhos
para que na insónia eu possa sair do delírio
olhar o fundo dos rios
e sorrir
ao ver a tua silhueta
a brilhar na luz dos dias sem ninguém
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