Este Sábado levantei-me às 8.00 da manhã. Dentro da anormalidade da coisa, há alguns episódios que poderiam de certo modo justificar tal afronta ao meu próprio sono. Entre eles está um jogo do Sporting. Este Sábado juntei mais um. Fui convidado para, por um dia, ser um shadow instructor num curso financiado pela Cisco que está implementado no Porto e em Lisboa. Sucintamente, este curso está direccionado para a instrução e formação de jovens entre os 14 e os 17 anos cujas vidas não tenham, usando um eufemismo, a mesma estabilidade afectiva que maioria de nós consegue receber. Falo de jovens institucionalizados, com problemas familiares graves, com sérias falhas ao nível da inclusão social e, principalmente, sem o menor conceito de auto-estima. Estes jovens, através deste programa, aprendem inglês, informática, cidadania, história e estão em contacto quase permanente com outras pessoas da sua idade de países estão díspares e longínquos como a Turquia, Palestina, Israel, Marrocos, etc.. Numa afronta à minha incredulidade, encontrei uma turma que já frequenta o 2º ano desse curso, mas onde a expressão não esperem nada de mim continua bem gravada em todos aqueles olhares. Tentei dizer-lhes que esse era um bom princípio. Que o pior é encontrar pessoas que tudo esperam da vida. Pessoas que nos querem ensinar a viver mais felizes e com uma predisposição para a harmonia. Expliquei-lhes que compreendo (ou tento compreender) a indisciplinada exigência com olham para o mundo. A coisa correu bem. Sem camaradagem estética. Aqueles alunos, são os mesmos que faltam às aulas, que agridem colegas e insultam professores nas respectivas escolas. Aqueles alunos, com brincos do tamanho de Donuts e penteados que não lembram ao mais inspirado criador, não são obrigados a frequentar este curso (onde a assiduidade não é contabilizada e onde os formadores são tratados por tu e pelo nome próprio) mas levantam-se todos os Sábados (alguns às 7h30) para o poderem frequentar. Faltam quase nada. Estão 4 horas (!) consecutivas enfiados numa sala. Não rejeitam as instruções. Antes as discutem. Não desafiam (fisicamente) ninguém. São solícitos, interventivos e por fim sorridentes. Dão abraços nas despedidas e cumprimentos à americano.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário