Sigur Rós - svefn-g-englar
*- Friedrich Nietzsche.
Ter Tempo. Tempo para ouvir uma música com mais de 9 minutos. Tempo para parar e ouvir uma música com 9 minutos. Ou antes, viver o indelével abismo de quem tem Tempo e sabe que pode morrer daquilo que afirma e viver do que sempre recusou. Ter Tempo. E conhecer sem o carisma de salvador a melancolia daqueles que não precisam de inventar para não se perderem na subterrânea travessia que outros não atravessam, incólumes como eles, desfeitos pelo turbilhão que separa a vida da morte. Ter Tempo e perceber que há simplesmente quem não compreenda. O enigma da Poesia. Ter Tempo para acolher o silêncio original. Ter Tempo e contemplar aquilo que outros talharam: a face de deus, a apelo da luz, a ambiguidade da nossa condição. Ter Tempo. A vida original a ascender a todas as coisas: o mundo, a história, o amor e os outros. Ter Tempo para te dizer que o teu rosto se reveste da crueldade necessária para me devorar. Ter Tempo para dizer é fácil agora compreender que a manhã sempre veio assim, desfigurada, riscada de um sorriso que me confina na mais obscura dificuldade, na mais impotente dificuldade de onde nascem os mistérios e a plenitude solar. Ter Tempo. Tempo e saber que o erro está na tentação de perguntar e de não sucumbir ao silêncio onde todas as formas se destacam ao som do assassínio dos deuses. Ter Tempo para descer destas palavras que te deixo e passar à dificuldade dos actos, onde pudesse talvez encontrar-me entre as múltiplas possibilidades de existência. Ter o Tempo de Pascoaes. O Tempo em que criação quer dizer saudade como se cada momento fosse inexistente perante o paradoxo do instante. Ter Tempo para não acabar assim que surjo, como se em ti cada instante se prolongasse e não pudesse ter fim. Ter Tempo para conhecer essa tua eternidade. Inacessivelmente próxima.
Ter Tempo. Tempo para ouvir uma música com mais de 9 minutos. Tempo para parar e ouvir uma música com 9 minutos. Ou antes, viver o indelével abismo de quem tem Tempo e sabe que pode morrer daquilo que afirma e viver do que sempre recusou. Ter Tempo. E conhecer sem o carisma de salvador a melancolia daqueles que não precisam de inventar para não se perderem na subterrânea travessia que outros não atravessam, incólumes como eles, desfeitos pelo turbilhão que separa a vida da morte. Ter Tempo e perceber que há simplesmente quem não compreenda. O enigma da Poesia. Ter Tempo para acolher o silêncio original. Ter Tempo e contemplar aquilo que outros talharam: a face de deus, a apelo da luz, a ambiguidade da nossa condição. Ter Tempo. A vida original a ascender a todas as coisas: o mundo, a história, o amor e os outros. Ter Tempo para te dizer que o teu rosto se reveste da crueldade necessária para me devorar. Ter Tempo para dizer é fácil agora compreender que a manhã sempre veio assim, desfigurada, riscada de um sorriso que me confina na mais obscura dificuldade, na mais impotente dificuldade de onde nascem os mistérios e a plenitude solar. Ter Tempo. Tempo e saber que o erro está na tentação de perguntar e de não sucumbir ao silêncio onde todas as formas se destacam ao som do assassínio dos deuses. Ter Tempo para descer destas palavras que te deixo e passar à dificuldade dos actos, onde pudesse talvez encontrar-me entre as múltiplas possibilidades de existência. Ter o Tempo de Pascoaes. O Tempo em que criação quer dizer saudade como se cada momento fosse inexistente perante o paradoxo do instante. Ter Tempo para não acabar assim que surjo, como se em ti cada instante se prolongasse e não pudesse ter fim. Ter Tempo para conhecer essa tua eternidade. Inacessivelmente próxima.
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