segunda-feira, agosto 11, 2008

O meu mundo fora do teu sangue

«ninguém cabe no tamanho da sua morte» nem na sombra do fulgor das duas mãos com que lavámos o amor depois das estrelas contadas por trás da cortina vermelha que esconde o inferno. É longe de ti que te ofereço todos estes meus sonhos: o esquecimento do sono, a fraqueza na ignorância, falsos tesouros depositados em armários cheios de vazio fundo e demorado, o meu cansaço nas veias e os dias passados nos limites dos gritos. É nesta espera que te procuro, nos desenhos que faço das tuas costas no horizonte, nas palavras que te deixo à luz da vela da mágoa mais inerte sem qualquer gesto de vida que te faça ouvir a verdade que te sussurro. Já te contei muito de mim já te escrevi nos vidros das noites para que lesses o lugar que não existe e onde nós estamos. É nos meus olhos fechados que cresce a chama da contorções nocturnas do sol esquecido onde dizem estar a mulher adormecida que me espera. Tu. Num lugar que não existe. E onde nós estamos.

2 comentários:

Ricardo Pulido Valente disse...

belo texto:)

estas de parabens.

A.S. disse...

Obrigado