Há na desilusão de amor o lado molhado dos olhos e todas as palavras esquecidas na voz. Há na desilusão de amor a silenciosa confusão de um vidro quebrado e atado nos pulsos. Há na desilusão de amor a respiração sufocada da precária vida das últimas visões. Há na desilusão de amor a loucura gravada na primeira memória do outro. Há na desilusão do amor as mãos desamparadas e diluídas nos instantes em que reaprendemos a viver. Há na desilusão de amor os sentidos na escuridão aguda da nossa prostração. Há na desilusão de amor os sinais gravados no papel amarrotado de todas as cartas que ficaram por abrir. Há na desilusão de amor o ressoar perturbado do vento a apagar a febre tatuada das promessas. Há na desilusão de amor o medo de encontrar os poros do sangue vivo nos escombros de um coração antigo. Há na desilusão de amor o despertar de um grito que dorme sempre perto da vontade de morrer.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário