segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Resfolegar

Este é o lugar do sossego eterno. Sem bússola. Onde tudo foi atirado para o mais sofrido abandono. Cá apenas a tua mão - como sei a tua mão - guardo no silêncio. Uma vez mais. Na voz que treme palavras sem sentido, é apenas a tua mão - como sei a tua mão - que guardo sobre o meu peito de horizontes vagos. Na memória esfiapada dos meus mortos, é apenas a tua mão - como sei a tua mão - que inventa outro corpo que não me fere o coração. É a tua mão: golpe de navalha que me arde nos sentidos; rosas imaginadas numa amarga e lenta travessia de toda a angústia. É a tua mão: pequenos gestos que o silêncio escuta nas artérias das letras que te escrevo; regresso aos lugares onde durmo confundido. É a tua mão - como sei a tua mão.

2 comentários:

Anónimo disse...

e a mão dela vale tudo isso?

A.S. disse...

deve valer