quinta-feira, novembro 15, 2007

Foge-nos a coragem

Há falhas nas minhas palavras: tudo o que penso dizer-te é também tudo o que pensas que não te estou a dizer. Ilegíveis fragmentos de um amor acompanhado por rostos ausentes. De um amor tímido diluído nas asas de um anjo mudo. Foge-nos o tempo transformado em coisa que se enxerga nos dedos. Nas insondáveis noites, que a cumplicidade simples dos gestos nítidos ajuda a traduzir, queria que te revisses na misteriosa linguagem dos deuses e que nela reconhecesses tudo o que me mostras. És ressaca na alma, centro de um mundo onde ainda não existo.

2 comentários:

Sónia Balacó disse...

ou "Apanhamos na rede o inapanhável, o que sobra ao mundo".

Back on writing? Muito bonito. =)

A.S. disse...

Ando com uma certa dificuldade em arranjar tempo para juntar palavras! :-)

Gracias!