Se eu fosse um poema podia dizer-te que trago comigo pregada ao fundo mais fundo do fundo de mim num extremo entranhado no ângulo mais escondido e escuro do fundo mais fundo do fundo de mim uma tristeza misturada com o peso do mundo. O fundo mais fundo do fundo de mim é onde existem todas estas palavras mas também onde não há voz. São palavras que ficam sem resposta são palavras que coladas ao frio que tenho dentro da pele da minha boca podiam ser perguntas. No fundo mais fundo do fundo de mim as palavras escarnam-me os ossos raspam-me as veias esventram-me as memórias como que a dizer que jamais terei um segundo de felicidade. O fundo mais fundo do fundo de mim é onde me escondo das coisas que existem fora de ti é onde eu regresso para poder existir longe de ti. O fundo mais fundo do fundo de mim é o sítio a que volto para ter a certeza de que sempre ficarei com nada de que sempre viverei num silêncio de desejo decepado.
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1 comentário:
E a escrita como lugar que se enforma no inóspito.
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