Eu acho que uma das grandes virtudes dos blogues é a partilha e a troca de ideias e opiniões, um cenário muito próximo da comunidade ideal de comunicação que Habermas propunha, e por isso gosto de estabelecer uma tentativa de um registo dialogante, expondo-me ao contraditório, enunciando os ditos que angustiam, ensinam e/ou deslumbram.
Talvez seja eu a querer ser paradoxal. Mas, ainda assim...
Tenho, segundo me dizem, uma «personalidade forte» (um eufemismo que quer, certamente, dizer que sou um déspota de mim mesmo). Sou «amável»(!), «simpático»(!) - meu deus, quantas pessoas (ok, mulheres...) não posso eu apresentar a refutar esta tese? - e «generoso» (ok, aceito). Continuo, e vejo que o meu estado mental (?) é de «excesso de entusiasmo» e que o meu plano de vida é «espiritual»... Ok, vou só ali jogar uns búzios que a minha mãe de santo me deu e venho já... Por fim, em jeito de resumo, reforçam a ideia de que sou «generoso» e dizem-me que sou «corajoso» e - este é de rir - «ambicioso». Mas, por outro lado, sou «bastante sugestionável», ainda que «autoconfiante e progressista» e com preferência para «comandar mais do que obedecer». Só vos digo, a minha vontade e habilidade para mandar é tanta como a destreza de um corpo quando encontra uma daquelas ondas que nos agarra e que parece que nos vai afogar para sempre.
Bom, agora escrevo eu sobre mim. Já falava Pessoa, mascarado de Álvaro de Campos, da «Volúpia de gozar e sofrer através das hipóteses dos outros...». Nem mais, parece que todos nós gostamos de ficar sentados num canto escuro e sentir que alguém vive a nossa vida por nós, qual caminho já traçado, e que apenas nos resta olhar os actores que pintam a nossa tela. Confesso, ao contrário do que dizem os signos, a minha fraqueza são as utopias. Não há volta a dar. Qual «autoconfiança», qual «personalidade forte», qual «ambição» - esta mata-me, mesmo -, o que me move são as utopias. Não lhes resisto e facilmente me deixo inebriar por actos lamechas, poemas oferecidos ou por conhecer alguém que acredite que os pulsos possam rebentar de tanto medo. Sim, isso sou eu. Palavras criadas para o encontro de uma formulação utópica. É esse o meu plano de vida: buscar esses leitmotivs para abraços que vem de ti como o vento do mar. Como sempre me acusam sou, porventura, um lírico. Mais por teimosia - e disto não falam os signos - do que por convicção - que também não as tenho. Mas sou. Talvez, não muito. Penso eu.
Talvez seja eu a querer ser paradoxal. Mas, ainda assim...
Tenho, segundo me dizem, uma «personalidade forte» (um eufemismo que quer, certamente, dizer que sou um déspota de mim mesmo). Sou «amável»(!), «simpático»(!) - meu deus, quantas pessoas (ok, mulheres...) não posso eu apresentar a refutar esta tese? - e «generoso» (ok, aceito). Continuo, e vejo que o meu estado mental (?) é de «excesso de entusiasmo» e que o meu plano de vida é «espiritual»... Ok, vou só ali jogar uns búzios que a minha mãe de santo me deu e venho já... Por fim, em jeito de resumo, reforçam a ideia de que sou «generoso» e dizem-me que sou «corajoso» e - este é de rir - «ambicioso». Mas, por outro lado, sou «bastante sugestionável», ainda que «autoconfiante e progressista» e com preferência para «comandar mais do que obedecer». Só vos digo, a minha vontade e habilidade para mandar é tanta como a destreza de um corpo quando encontra uma daquelas ondas que nos agarra e que parece que nos vai afogar para sempre.
Bom, agora escrevo eu sobre mim. Já falava Pessoa, mascarado de Álvaro de Campos, da «Volúpia de gozar e sofrer através das hipóteses dos outros...». Nem mais, parece que todos nós gostamos de ficar sentados num canto escuro e sentir que alguém vive a nossa vida por nós, qual caminho já traçado, e que apenas nos resta olhar os actores que pintam a nossa tela. Confesso, ao contrário do que dizem os signos, a minha fraqueza são as utopias. Não há volta a dar. Qual «autoconfiança», qual «personalidade forte», qual «ambição» - esta mata-me, mesmo -, o que me move são as utopias. Não lhes resisto e facilmente me deixo inebriar por actos lamechas, poemas oferecidos ou por conhecer alguém que acredite que os pulsos possam rebentar de tanto medo. Sim, isso sou eu. Palavras criadas para o encontro de uma formulação utópica. É esse o meu plano de vida: buscar esses leitmotivs para abraços que vem de ti como o vento do mar. Como sempre me acusam sou, porventura, um lírico. Mais por teimosia - e disto não falam os signos - do que por convicção - que também não as tenho. Mas sou. Talvez, não muito. Penso eu.
2 comentários:
isso dos signos é uma bela merda!
Depois do meu amigo que diz que vai ler chávenas de chá, do que decidiu fazer tarot, do que estuda numerologia e quiromancia, tu decides dedicar-te aos búzios. Está bem...
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