"como cada coisa é a metáfora de cada coisa."

Recentemente, dei de caras com o blogue de uma antiga aluna minha. Trocámos algumas impressões e satisfizemos curiosidades. Foi bom. Fiquei a par dos pormenores mais vísiveis da vida de alguns dos seus antigos colegas de escola, e, admito, foi óptimo saber que eles, os alunos, ainda hoje falam de "alguns dos seus (meus) devaneios e das constantes peripécias que se passavam nas suas (minhas) aulas". Relembrou-me situações que já moravam no sótão da minha memória. Ri-me, como quem vive entre as palavras e se inflecte para o interior de si próprio. Foram bons tempos, não tenho dúvida. Foi sempre ali, nas escolas, e como professor, que deixei de ansiar por espaços mais amplos, ou por mais liberdade. Ali, fui realmente feliz, e afirmava-me como presença real que deixa para trás a ausência que hoje é marca indelével da minha vida. É bom saber que uma turma repleta de bons alunos guarda as melhores recordações de mim. É reconfortante saber que somos reconhecidos naquilo que temos como o verdadeiro sentido da vida e a mais profunda razão de existir. Curiosamente, este episódio deu-se na ressaca da minha recusa em aceitar um trabalho que me foi proposto. Já falei dele, aqui. A proposta era a (quase) todos os capítulos aliciante. Ser formador e gestor/coordenador de um projecto a ser implementado em Portugal por uma das maiores empresas americanas. Houve vários aspectos, lateralmente ligados ao projecto em causa, que me fizeram recusar. No fundo, apenas quero que o significante faça juz ao siginificado.