sexta-feira, maio 25, 2007

Diários de Kafka.

Ando a lê-los. A determinada altura, encontrei esta passagem:

«(...) Tudo me parece uma construção artificial do espírito. Uma observação de qualquer pessoa, um olhar casual, lançam tudo o que está em mim para o outro lado, até ao o que está esquecido, até ao que não tem nenhuma importância. Estou mais indeciso do que jamais estive, só sinto a violência da vida. E estou estupidamente vazio. Sou de facto uma ovelha perdida na noite e nas montanhas, ou como uma ovelha a correr atrás desta. Estar assim perdido e não ter forças para o lamentar.»

Uma pergunta surge-me ao ler isto: e se eu fugisse, pateticamente e sem medos, como quando corremos pelos campos fora?

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